quarta-feira, 4 de junho de 2014

Morte aos velhos?..., por Victor Neves

 
"Achei" este texto no Facebook, postado pelo João Gomes.
Tomo a liberdade de aqui o reproduzir, dada a sua atualidade.
 
Morte aos velhos
 
Há um país onde a lei diz que todos são iguais, mas onde há uns menos iguais do que os outros.
 
Estes ajudaram erguer o país, e muitos, até foram à guerra em nome desse mesmo país.
 
Mas agora são gente pacífica, de físico debilitado e cujas vozes não chegam ao céu.
Não ameaçam ninguém, não paralisam o trabalho e já não cumprem os padrões de produtividade exigidos.
Adoecem mais do que os outros e são considerados um fardo para a sociedade pelo que custam em tratamentos.
 
Não trabalham para pagar o que gastam, embora já antes tivessem trabalhado para pagar o que recebem.
 
O poder político desse país entende que vivem acima das suas possibilidades e que por isso são uma dor de cabeça.
Acha mesmo que seria mais fácil governar se eles não existissem.
 
Conclui assim pela sua inutilidade, que estão a mais, que são descartáveis.
 
Não se importa de lhes dificultar o acesso à saúde, porque é indiferente que morram mais cedo.
Talvez seja até preferível, porque morrendo mais cedo ajudam a melhorar o exercício orçamental.
 
Sendo alvos fáceis e dóceis, sem capacidade contestatária e sem instrumentos de pressão, nada custa retirar-lhes direitos e regalias antes julgados vitalícios.
 
Sendo solidários e ajudando os familiares mais carenciados, não recebem em troca a solidariedade dos poderes públicos.
Pelo contrário, são os primeiros na linha de fogo e quando o poder sente alguma aflição financeira é a eles, e muitas vezes só a eles, que começa por retirar as verbas necessárias.
 
Mesmo que a suprema autoridade judicial se interponha, declarando ilegal tal prática, os governantes não se sentem na obrigação de acatar a restrição, antes a contornam e insistem no mesmo.
E insistem retirando-lhes ainda mais verbas e retirando a mais vítimas do que antes tinham feito.

Não dizem que aumentam o confisco, mas que estão a recalibrar.
Dizem também que não é um imposto, quando tem toda a forma de um imposto – e um imposto agravado.
Um imposto que se aplica apenas ao tal grupo e não a todos os contribuintes do país.
 
Esse grupo são os velhos e o país, onde não há lugar para velhos, chama-se Portugal.
 
É um país descalibrado, onde manda muita gente sem calibre.
 
 
O Escritor e Jornalista Joaquim Vieira, leu este artigo na ANTENA 1
Por: Victor Neves.

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